Segundo o Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), órgão do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), a camada de fumaça está concentrada na faixa de 5.200 a 7.600 metros de altitude.
“No momento, as nuvens afetam uma pequena porção do espaço aéreo brasileiro próximo a fronteira com o Uruguai”, informou o major Antonio Marcio Ferreira Crespo, gerente nacional do fluxo de tráfego aéreo.
Segundo ele, há previsão de modificação de rotas e destinos de forma que as aeronaves não pousem em aeroportos impactados pelas nuvens. Até a tarde desta terça, no entanto, o maior impacto nos aeroportos brasileiros está, segundo o major, “muito mais relacionado a problemas meteorológicos do que propriamente em relação a nuvens vulcânicas”.
Voos entre o Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e Peru foram prejudicados nesta terça em razão da nuvem de cinzas do vulcão Puyehue, no Chile, segundo as principais companhias aéreas e a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) dos aeroportos internacionais brasileiros.
O centro informou que acompanha a evolução da nuvem por meio de informações trocadas com o Volcanic Ash Advisory Centres da Argentina, instituto responsável pelo monitoramento da situação. O CGNA monitora a mudança de destinos das aeronave e os desvios necessários para que os voos não atravessem a área de risco.
De acordo com a FAB, ao longo do dia, o cenário previsto pelo centro argentino mudou. Inicialmente, havia a possibilidade de que as cinzas chegassem ao Sudeste do país na noite desta terça e que a camada fosse maior. Ao longo da tarde, no entanto, foi descartado impacto no Aeroporto Salgado Filho, no Rio Grande do Sul.
Ainda conforme o centro, se mantidas as atuais condições meteorológicas na região, a nuvem deve ficar restrita à fronteira do Brasil com o Uruguai, em uma altitude mais elevada.
As nuvens vulcânicas apresentam em seu componente material semelhante ao vidro que, em contato com as turbinas, pode derreter e provocar danos, até o apagamento dos motores das aeronaves, segundo o tenente coronel aviador Flavio Antonio Coimbra Mendonça, do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). “Além disso, há o risco da falta de visibilidade e dos gases tóxicos para as tripulações e passageiros”, afirmou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário