Por Sylvia Westall e Fredrik Dahl
Rússia e China uniram-se a potências ocidentais na quinta-feira para repreender o Irã pelo "fracasso consistente" em cumprir as resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) e dizer que isso aumenta a preocupação com as dimensões possivelmente militares do programa nuclear do país.
Estados Unidos, Alemanha, França, Grã-Bretanha, Rússia e China emitiram o comunicado um dia depois de o Irã anunciar que triplicará a produção de urânio de alto grau e a sua transferência para um bunker subterrâneo onde ficaria protegido de possíveis ataques aéreos norte-americanos ou israelenses.
Rússia e China eram no passado menos inclinadas a tentar isolar o Irã por causa do enriquecimento do urânio, que, segundo Teerã, é destinado apenas a gerar eletricidade.
Os países do Ocidente suspeitam que a República Islâmica quer enriquecer urânio para um grau mais elevado para se tornar capaz de produzir armas nucleares, se quiser.
"Exortamos o Irã a cooperar plenamente com a agência", disse o comunicado conjunto das seis potências em uma reunião a portas fechadas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em Viena.
"Questões importantes precisam ser resolvidas a fim de excluir a existência de possíveis dimensões militares do programa nuclear do Irã." O texto não menciona o plano iraniano de expandir o enriquecimento.
O enviado de Washington disse em separado que o projeto do Irã de acelerar o enriquecimento com um modelo mais avançado de centrífugas num bunker indica o "descaramento" e o desafio cada vez maior às exigências internacionais para reduzir a atividade.
A recusa do Irã em interromper o enriquecimento levou a quatro rodadas de sanções da ONU ao grande produtor de petróleo e a restrições ainda mais severas por parte de EUA e União Europeia.
As potências mundiais também ofereceram ao governo iraniano incentivos comerciais para que ele desistisse do enriquecimento, mas o presidente do país, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou na terça-feira que nenhum incentivo seria capaz de convencer o Irã a parar.
O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou que é provável a imposição de novas sanções.
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