sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Novos temores de crise na Europa e nos EUA derrubam mercados

Atualizado em 4 de agosto, 2011 - 17:52 (Brasília) 20:52 GMT

As novas medidas do Banco Central Europeu e o alerta de contágio da crise feito pela Comissão Europeia convulsionaram as bolsas de valores nesta quinta-feira. A turbulência chegou ao Brasil, onde a Bovespa fechou em baixa de 5,72%, a maior desde novembro de 2008.

O alerta feito pela Comissão Europeia ocorreu dois dias depois que o governo dos Estados Unidos chegou a um acordo de última hora com o Congresso para aumentar o teto de endividamento do país, evitando um calote na sua dívida.

Para o professor Armando Castelar, da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, ainda é difícil precisar se a queda foi pontual ou se vai continuar nos próximos dias.

"O quase calote dos Estados Unidos e o acordo da Grécia que ainda não foi implementado dão uma percepção de maior risco político", diz Castelar.

Nesta quinta-feira, o presidente do Banco Central europeu, Jean-Claude Trichet, disse que a instituição deve comprar títulos de países com dificuldades. Além de Grécia, Portugal e Irlanda, que já receberam pacotes de resgate, Itália e Espanha vem aumentar o nível de desconfiança em relação aos seus papéis.

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, também admitiu que as medidas adotadas pela União Europeia têm se mostrado insuficientes para conter a crise, que segundo ele já não está mais localizada apenas na periferia da zona do euro.

Ao fim do dia, a bolsa de Frankfurt fechou em baixa de 3,4%, enquanto a de Londres caiu 3,43%. Em Nova York, o índice Dow Jones caiu 4,3%. Já o índice Nasdaq, de empresas de alta tecnologia, teve queda de 5,1%. Em São Paulo, a Bovespa fechou em -5,72%, a 52.811 pontos.

Para Castelar, o mercado financeiro pode estar se ajustando à realidade de outros setores da economia.

"A recuperação das bolsas após a contração econômica (a partir da crise de 2008) foi muito maior que o restante da economia. As bolsas se recuperaram quase ao nível pré-crise, enquanto o crescimento econômico foi muito baixo e o desemprego continua em alta (nos EUA e na Europa)", diz.

"Parece haver um realismo por parte dos investidores. E agora há um reconhecimento de que deve haver um ajuste nas contas dos países ricos", diz.


Leia o artigo completo no site: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/08/110804_bolsas_queda_bovesva_mm.shtml

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